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Coluna
Jogos de luta precisam evoluir, e isto é fato!

Tudo começou há quase vinte anos atrás, com o velho e ainda bom Street Fighter II, e foi evoluindo, passando por temas variados até chegar no 3D, lá ainda nos anos 90, e por aí parou.



Street Fighter II, pra quem não conhece

Desde então o gênero passa por uma sofrível crise de criatividade, pois novos jogos são lançados e quase nada é acrescentado, com exceção de gráficos mais bonitos e movimentos melhores.

Para a molecada que não viveu a era Street Fighter II, isso não significa lá muita coisa, mas os marmanjos que têm lá seus 25 anos de idade sabem do que eu estou falando.



"A vida é feita de escolhas" versão genérica

Vale lembrar que essas máquinas demoravam às vezes anos para chegar no Brasil, principalmente um jogo novo, que os donos de fliperamas não sabiam se o povo ia gostar, então, como o investimento era bem alto, as máquinas novas chegavam primeiro nos centros de diversões dos shopping centers e, depois de alguns meses ou anos, nos fliperamas de bairro, normalmente dividindo espaço com mesas de bilhar e de pebolim, quando não nos botecos, na mesma disposição que há um tempinho se encontravam as máquinas caça-níqueis.


A gente viu essa tela por diversas vezes na nossa infância

Voltando ao que interessa, Street Fighter II foi lançado em 1991 e foi o melhor jogo de todos os tempos pra muita gente. Não acredito que há algum ser que viveu essa época que não tenha cabulado aula, mentido pra mãe ou pego dinheiro de doce pra ficar no fliperama jogando.

Tudo era lindo e maravilhoso, com várias versões diferentes do mesmo jogo, oficiais e piratas (sim, existia pirataria nos fliperamas), dividindo espaço com o não tão aclamado Fatal Fury, que o povo só jogava se as máquinas de Street Fighter II estavam muito cheias, até que em 1992, Mortal Kombat é lançado e explode a cabeça de muita gente, dentro e fora do jogo.



Mortal Kombat... explosão... cabeça... entendeu o trocadalho?

Gráficos fotográficos, ótima movimentação e violência explícita ganham espaço no mercado e o jogo logo ganha uma seqüência infinitamente melhor com Mortal Kombat II, no ano seguinte.

Nesse meio tempo um game de samurais fez muito sucesso não só nos fliperamas como nos consoles: Samurai Shodown foi o primeiro a trazer armas brancas para os controles, e sob o tema do Japão medieval, mantendo fãs com saudade até hoje.



Samurai Shodown, no 3DO era fodássimo!

Mas um que acabou chamando muito a atenção foi The King of Fighters ’94, que trazia os lutadores de Fatal Fury e Art of Fighting (outro jogo sem muita expressão lançado em 1992), em que as lutas eram num três contra três que deixou muita gente louca e, fez com que muitos fãs de Street Fighter II o deixassem de lado.


The King of Fighers '94, devirado do genérico lá de cima

Mas a coisa tomou mesmo outras proporções com o lançamento de Tekken, também em 1994, pegando embalo na idéia de Virtua Fighter, lançado um ano antes, que trazia lutadore com praticamente todos os seus golpes retirados de modalidades reais de artes marciais, sem magias e puxando para o lado do realismo.

Tekken ainda não foi tão popular quanto o seu sucessor, mas já trazia a ótima idéia de Virtua Fighter aperfeiçoada, com lutadores mais carismáticos e jogabilidade mais requintada.


Sim, Virtua Fighter é quadrado, mas em 1993 isso era lindo!

Depois disso os jogos lançados são meras reciclagens das idéias dos títulos desses quatro anos. Quer exemplos? Aí vão três:
- Soul Calibur, de 1998, são lutadores num ambiente 3D (Virtua Fighter/Tekken) com armas brancas (Samirai Shodown).
- Marvel vs Qualquer Coisa, a partir de 1998, são as mesmas lutas 2D de Street Fighter II com o crossover de The King of Fighters.
- Killer Instinct, de 1994, criou um falso 3D, trazendo golpes os finalizadores de Mortal Kombat, porém com a violência atenuada.



Killer Insctinct e seu pseudo-3D

Não é difícil concluir que nada de efetivamente novo foi feito, e incrivelmente os melhores títulos de luta hoje em dia são das séries que conseguiram sobreviver desse período de quatro anos até hoje.


Tekken e a última evolução

Essa escassez de idéias nos games luta é muito semelhante ao que acontece com o cinema hoje em dia, que vive apenas de adaptações, com pouquíssimos roteiros originais, e com o mercado fonográfico, onde só bandinhas do estereótipo da moda conseguem destaque com apoio de grandes produtores, então, para nós, jogadores, resta esperar que alguma produtora independente ou algum grupo de estudantes crie algo novo, pois essas pessoas precisam somente de idéias para aparecer, idéias estas que as grandes não querem correr o risco de financiar.